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Foto do escritorAngela Pereira

Greve Climática Estudantil: "ouvir o local e agir globalmente”


O movimento da Greve Climática Estudantil promoveu mais um momento de protesto. No dia 22 de outubro decorreram manifestações nas cidades do Algarve, Alcácer do Sal, Braga, Caldas da Rainha, Guimarães, Lisboa, Leiria, Porto e Santarém, sob o mote da #UprootTheSystem. No entanto, na cidade do Porto, a dinâmica do protesto diferiu do habitual.


Os ativistas pelo clima e membros da Greve Climática Estudantil (GCE) voltaram a sair à rua depois da manifestação de 24 de setembro. Fugindo aos moldes típicos, foi realizado um debate na Avenida dos Aliados com a intenção de convidar os transeuntes a integrar numa experiência mais envolvente, interagindo e trocando ideias com desconhecidos e ativistas. Para o efeito, foram dispostas algumas cadeiras em círculo em frente à Câmara Municipal do Porto, permitindo a participação espontânea num espaço de debate informal.


Carlos Roque, ativista e membro da GCE. Fotografia: Angela Pereira

Carlos Roque – ativista e estudante da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto - explica que a escolha do local é simbólica e tenciona fazer uma declaração face à inação governamental:



“Estamos em frente à Câmara Municipal do Porto a reivindicar e equacionar novas medidas e propostas; é um bocado para dizer: vocês não estão a fazer o suficiente. Estamos numa crise e vocês não fazem o vosso trabalho... então nós vamos fazê-lo. E queremos que tomem atenção”.




Neste debate foram explorados tópicos do manifesto da GCE. A ideia seria reunir as conclusões e elaborar um documento com propostas a implementar a nível local e nacional, com o fim de reduzir as emissões de gases poluentes e solucionar problemas detetados durante o diálogo.


Joana Coimbra, ativista e membro da GCE. Fotografia: Angela Pereira

Joana Coimbra, ativista e educadora social, salienta que, ainda que haja conhecimento geral acerca do tema e vontade de participar, continua a faltar educação sobre o que é preciso fazer.


"O nosso slogan é “ouvir o local e agir globalmente”. E foi um bocadinho nesse sentido que surgiu esta ideia de fazermos uma assembleia informal. As pessoas vão passando e vêm cá - se calhar a pensar que seria uma manifestação; mas nós queremos pegar no desconfortável e ouvir o que é preciso fazer, quais é que são os problemas. As três categorias que queremos discutir são os problemas, as causas e as soluções, criando debate sobre isso."



Os ativistas querem - além de combater a crise climática - apelar a várias problemáticas adjacentes como sexismo, racismo, desigualdade e outras formas de injustiça ou opressão. Segundo a ativista, o impacto das alterações climáticas afeta especialmente as minorias:


"O nosso tema é a interseccionalidade e a solidariedade com os países e pessoas MAPA – Most Affected People and Areas. São grupos minoritários e países do sul global que estão a sofrer muito mais que Portugal e que, infelizmente, se calhar não têm tanta facilidade de sair à rua".


Com o debate pretendeu-se incentivar as pessoas a usar a sua voz para reivindicar ação, sem qualquer restrição no acesso. Esta foi uma das várias ações promovidas pela GCE, no seguimento do Fridays for Future, um movimento de greve climática global conduzido e organizado por jovens. Teve ínicio em agosto de 2018 quando a ativista Greta Thunberg começou uma greve escolar, sentada em frente ao Parlamento sueco, exigindo ação urgente sobre a crise climática. Desde então, o movimento ganhou relevância, organizando inúmeras ações que decorrem um pouco por todo o mundo.


Fotografias por Angela Pereira


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