A atleta invisual conquistou pela primeira vez a medalha de ouro no ISA World Parasurfing Championship, que decorreu no passado dia 12 de dezembro.
Com apenas 16 anos, Marta Paço já marcou a história do surf português. A atleta, natural de Viana do Castelo e cega de nascença, sagrou-se campeã do mundo de surf adaptado no passado dia 12 de dezembro, na classe VI1 para atletas com deficiência visual. Tinha já conquistado a medalha de bronze na mesma competição em 2018, seguido do título de campeã europeia em 2019.
Foi em Pismo Beach, na Califórnia, que Marta e o seu treinador, Tiago Prieto, se fizeram ao mar e viram o seu esforço e dedicação recompensados, tendo somado um total de 16,33 pontos, resultantes das suas melhores ondas do dia (8,50 e 7,83).
Em declarações ao JN, a atleta explica que "ele [o treinador] é os meus olhos na água. Se eu falhar, ele falha, se ele falhar, eu falho. Somos uma equipa. Nas competições, ele vai ao meu lado mas nunca me pode tocar. As orientações têm de ser verbais. Caso ele me toque, sou desclassificada. Ele dá-me dicas e avisa quando vem uma boa onda. E depois, o resto é comigo".
Marta Paço admite ainda que, por sua causa, "outras pessoas sentiram-se inspiradas a concretizar alguma coisa que tinham planeado e que tinham deixado por conta da deficiência."
O presidente da Federação Portuguesa de Surf, João Aranha, congratulou a jovem atleta e destaca-a como "o melhor talento mundial do 'parasurfing' na sua categoria".
Marta começou a surfar aos doze anos no Surf Clube de Viana, depois de ter passado por outros desportos como o goalball e a equitação.
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