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  • Foto do escritorAngela Pereira

Covid-19: vacinação de menores de 12 anos avança apesar das polémicas

A vacinação para crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 11 anos arrancou a 18 de dezembro em Portugal. Apesar da aprovação pela Agência Europeia do Medicamento, esta decisão divide opiniões públicas e de profissionais.


Foto: Nate Ivey | Wikimedia Commons

As vacinas administradas nas crianças são Pfizer/BioNTech (Comirnaty) e a dose pediátrica é reduzida, sendo equivalente a cerca de um terço da que seria usada num adulto. Todos estes parâmetros foram estabelecidos pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) que indica que a quantidade usada é tão eficaz quanto a dose maior que é administrada em jovens com idades entre os 16 e os 25 anos, de acordo com estudos feitos na área. A vacina tem duas doses e, de acordo com a Comissão Técnica de Vacinação contra a COVID-19 (CTVC), o intervalo recomendado é de seis a oito semanas.


A vacinação desta faixa etária recebeu um parecer positivo da Direção Geral de Saude (DGS) a 7 de dezembro. A recomendação surgiu na sequência da posição apresentada pela Comissão Técnica de Vacinação contra a COVID-19, que considerou que a relação risco-benefício era favorável para a administração da vacina. Contudo, esta posição está sujeita à evolução da pandemia e pode ser alterada caso se justifique.


Ainda assim, há opiniões contraditórias no que toca a vacinar os mais novos. Até à data em que a DGS anunciou publicamente a recomendação, vários profissionais de saúde, especialistas e a própria Ordem dos Enfermeiros deram um parecer desfavorável, requerendo uma maior evidência científica que comprovasse que a vacinação devia ser aplicada às crianças.


O agendamento para vacinação esteve aberto durante 3 dias e meio e contou com cerca de 77 mil pedidos online. Para a administração, as crianças são divididas por grupos de idades e direcionadas para datas específicas. Assim, o processo vai avançar progressivamente, começando nos mais velhos (10-11 anos) e terminando nos mais novos (5 anos). No entanto, as crianças com comorbilidades têm prioridade na vacinação independentemente da idade, tendo apenas de apresentar prescrição médica nos centros de vacinação.

Ilustração:Angela Pereira

As primeiras doses serão administradas até 23 de janeiro; as segundas, vão ser dadas entre 5 de fevereiro e 13 de março, tendo em consideração a data em que recebeu a dose anterior. O primeiro fim de semana (18 e 19 de dezembro) foi dedicado apenas às crianças com 10 e 11 anos, podendo incluir algumas com 9 anos. Entre 6 e 9 de janeiro é a vez das crianças com idades entre os 9 e os 7 anos. A 15 e 16 de janeiro são as crianças com 6 e 7 anos a receber a sua dose, sendo o processo finalizado com as crianças de 5 anos, nos dias 22 e 23 de janeiro.


Na União Europeia, vários países aderiram à vacinação de crianças nesta faixa etária, incluindo Espanha, França, Itália, Grécia e Hungria. Fora de território europeu, foi aplicada nos EUA, em alguns países do Médio Oriente e da América do Sul e na China, onde já se vacinavam crianças a partir dos 3 anos desde o verão.


Em setembro deste ano, o Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças tinha lançado a previsão de um aumento de casos entre crianças. Com o aparecimento da variante Ómicron e o recente aumento de casos, as autoridades de saúde voltaram a mostrar preocupações. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as faixas etárias entre os 5 e os 14 anos são, atualmente, as mais afetadas pela pandemia. Em Portugal, as crianças com menos de dez anos são o grupo etário com maior incidência de infeções.

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