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  • Foto do escritorAna Torres

O vulcão Cumbre Vieja está ativo há mais de dois meses, e não tem fim à vista

O vulcão Cumbre Vieja, no arquipélago das Canárias, entrou em erupção no dia 19 de setembro, após ter sido registado um elevado grau de atividade sísmica na região. Existe apenas uma vítima até ao momento mas, após mais de 70 dias de atividade, o fenómeno natural já causou um enorme rasto de destruição.



Foto: Benjamín Núñez González/Wikimedia Commons

Passados 50 anos, o complexo vulcânico Cumbre Vieja, em La Palma, voltou a entrar em erupção no dia 19 de setembro, após uma semana em que, segundo informações do Instituto Geológico e Mineiro de Espanha, se registaram 22 mil sismos de pequena escala na zona. Encontra-se ativo há mais de 70 dias.


Após ter sido recentemente registado um sismo de grau 5 na escala de Richter (o mais forte desde o início da erupção), formaram-se duas novas aberturas no lado norte do cone principal do vulcão Cumbre Vieja. Estas estão, desde o passado dia 28 de novembro, a expelir lava a velocidades de 1 metro por segundo.


Uma das preocupações dos especialistas neste momento são os chamados “Cabelos de Pele”, pequenos fragmentos de piroclastos arrancados pelo vento que podem ser prejudiciais para a saúde caso entrem em contacto com as vias respiratórias.


Os sismos que anteveram o início da erupção deveram-se à ascensão de magma proveniente de zonas inferiores à crusta terrestre, com epicentros inicialmente registados a 20 quilómetros de profundidade e que, progressivamente, foram detetados cada vez mais próximos da superfície.


No dia 19 de setembro, deu-se a rutura da crusta e o início da erupção. De acordo com o Instituto Vulcanológico das Canárias, este foi, inicialmente, caracterizado pelo expelir de escoadas de lava pouco fluídas, que atingiram temperaturas de 1075 ºC.


Numa segunda fase, a erupção adotou um caráter mais explosivo, com grandes nuvens de cinza ardente a serem libertadas para a atmosfera. Esta alternância entre diferentes formas de ejeção de material vulcânico permitiu aos especialistas classificar a erupção como estromboliana – períodos intermitentes de erupções moderadamente explosivas, intercalados com períodos de extensão variável em que a emissão é essencialmente efusiva.


A 29 de setembro, dez dias após o início da atividade vulcânica, deu-se a colisão entre a lava e o oceano, cujas consequências foram nefastas: o choque térmico causado pela elevada disparidade entre as temperaturas gerou colunas de vapor de água e de vapores tóxicos, na medida em que os compostos químicos presentes no mar (cloretos, sulfatos, carbonatos, flúor, etc.) foram volatilizados. Esta colisão adicionou, até à data, 48 hectares de área à costa da ilha.

Foram evacuadas cerca de seis mil pessoas da ilha e há, até agora, registo de apenas uma vítima mortal - um homem de 72 anos que faleceu ao limpar as cinzas da sua casa, localizada numa das zonas interditas, mas há qual as autoridades teriam concedido acesso temporário aos residentes.


Estima-se que até ao momento tenham sido destruídas quase 3.000 estruturas, incluindo habitações. Apesar dos esforços dos especialistas, não existem ainda previsões para o cessar da atividade vulcânica.


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